A vontade de ter um blog sempre esteve presente comigo, numa daquelas gavetas da categoria "fazer" que a gente demora a abrir na nossa vida. Talvez por preguiça, comodismo ou até medo mesmo.
Mas o fato mais importante é que ele nasceu. Ainda sem formato definido, com cores desaproximadas de seu verdadeiro conceito, esse blog ainda vivendo sua pré-adolescência surge como instrumento da incessante busca que tem o nosso ser (ou nesse caso, o meu), da extrema vontade que temos (tenho), de expressar pro mundo qualquer que sejam as nossas (ou minhas) idéias (revolucionárias ou não) e também pela necessidade que abrange o nosso ser (ou meu) quanto às necessárias idéias partilhadas com alguém, ou até mesmo com o ninguém.
E é exatamente nesse contexto que surge o assunto para o primeiro post, de muitos: O "coletivismo" nas idéias que às vezes, não passam de simples relances nossos, ou melhor: exclusivamente meus.
Essa reflexão tem início no dia 18/12/2002. Era minha formatura de Ensino Médio e na ocasião me pediram para resumir em algumas palavras, mediante todos os demais formandos, famílias e convidados, o que significaria, na minha opinião, aquele momento para todos nós, formandos.
Me lembro como se fosse hoje, que meu discurso começou com a frase " Nós, formandos...".
Sem me dar conta, iniciei o discurso falando em nome de uns 200 conhecidos que ali encerravam um dos ciclos de suas vidas, sem qualquer tipo de procuração (aí escreve a futura jurista).
Eu jamais fazia idéia do que se passava na mente e no coração dos meus 199 outros colegas acerca daquele importante momento, mas falei em seus nomes, pelo menos mediante aquela imensidão de gente que parecia extremamente interessada no que eu tinha a expressar.
Depois do discurso, ouvi elogios e agradecimentos pelas palavras em nome dos formandos. Palavras essas que, ao bem da verdade, não eram nada além das minhas próprias idéias que estavam sendo expostas naquele momento, sem nenhum consentimento prévio.
Além dos elogios, recebi de mim mesma o reconhecimento pela ousadia prosseguida da cobrança pessoal pelo posicionamento ousado em frente a um grande público, falando em nome de todos ali.
Buscando informações acerca do meu ato egocentrista, houve quem disse que discursar na terceira pessoa do singular significava o espírito coletivo e de grupo que de muito vinha impregnado em minhas atitudes. Outros, que na verdade era apenas a forma política com que eu sempre me posicionei durante a minha formação normal, seja isso bom ou ruim.
Independente das opiniões ou posicionamentos, o fato é que eu mesma sempre me indaguei acerca desse tipo de postura.
Falar, escrever ou me posicionar achando que trata-se de uma idéia ou postura unânime ou coletiva pode, às vezes, ultrapassar as barreiras da ousadia e beirar uma espécie de imposição desnecessária.
Assim, caros leitores, registro a partir desse momento pessoal que estes posts tratam-se apenas de posições minhas, pessoais e que a forma de generalizar algumas coisas dentre o coletivo nada mais é do que um vício de linguagem ou uma simples força de expressão.
Muita ousadia querer me apropriar das minhas próprias idéias de forma generalizada a tanta gente que pensa, fala, escreve e vive de forma tão diferente e que graça a essa diversidade, forma o espetáculo tão imponente que é viver.
Sejam bem vindos a este "antro" de loucuras, coisas sérias, receitas, dicas ou meros devaneios sobre o que a vida pode oferecer a cada um de nós... ou melhor: do que ela já ofereceu pra mim e o que eu quero simplesmente compartilhar com cada um de vocês.
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